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De informal a profissional

Quando tinha 16 anos, o sonho de Maria de Jesus de Almeida Liberato, de 51 anos, era ser nutricionista. A vida, porém, a fez seguir por outros caminhos e o sonho ficou para trás. Depois de muitos anos trabalhando por conta própria ou contratada sem garantias da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ela viu a terceira idade chegando sem perspectivas de melhorar de vida. Sem profissão e desempregada, entrou em depressão. Para ajudar a mãe, a filha caçula a inscreveu no processo seletivo do Programa Senac de Gratuidade (PSG). Como gosta de cozinhar, começou a fazer gratuitamente o curso Comida de Boteco. Em seguida, fez o de Auxiliar de Cozinha, e logo depois começou o curso de Pizzaiolo. Com a profissionalização conseguiu um emprego e agora sonha em fazer faculdade de Gastronomia.

Com muito sacrifício, a moradora de Planaltina conseguiu criar os quatro filhos. Seu primeiro emprego foi aos 16 anos, como balconista de uma padaria em Sobradinho. Em seguida foi contratada como copeira de um banco. Casou-se nesta idade e, aos 18, teve a primeira filha. Montou uma oficina de bicicletas em sua própria residência para ter renda e ficar perto dos filhos. Com todos já crescidos, conseguiu emprego, por meio de contrato temporário, na prefeitura de Planaltina de Goiás. Trabalhava na limpeza do prédio até o dia em que um colega da copa faltou. Foi colocada para substituí-lo e acabou virando cozinheira da prefeitura. “O prefeito gostou dos pratos que eu fazia e passei a ser chamada para cozinhar para os eventos da prefeitura”, conta.

Após seis anos prestando serviços para a prefeitura, o contrato acabou e ela ficou desempregada. “Eu não tinha perspectiva. Já havia criado os filhos, não tinha emprego nem profissão. Achava que a vida tinha parado e entrei em depressão”, explica. “Graças à minha filha, que me inscreveu em um curso do Senac sem eu saber, e me incentivou a frequentar as aulas, tudo mudou”, afirma. Maria de Jesus fez o curso Comida de Boteco em fevereiro deste ano. De junho a setembro, fez o curso Auxiliar de Cozinha. O estágio supervisionado foi no Restaurante do Senac que fica no Ministério Público. “Foi maravilhoso. Aprendi muito lá e fiquei mais segura quando alguém me pedia para fazer comida em algum evento. Quando eu fazia para a prefeitura, só sabia cozinhar o básico”, destaca.

Sempre disposta a aprender, viu que tinha inscrições abertas para o curso de Pizzaiolo e se matriculou também. “Mesmo fazendo o curso, comecei a distribuir currículo em todos os lugares. Até que um amigo levou para o restaurante O Grego, que fica na Asa Norte, e fui contratada”, destaca, afirmando que o dono gostou tanto do profissionalismo dela que agora quer contratar mais profissionais formados pelo Senac. “É incrível como o Senac, em quase um ano,  mudou tanta coisa em minha vida que eu não consegui nos seis anos em que estive no antigo emprego”, lembra. A principal mudança, segundo ela, foi na autoestima. “Hoje tenho segurança, sou uma pessoa capacitada, tenho uma profissão e um salário. Enfim, hoje sei que posso sonhar com o futuro. Sei que se eu sair do emprego que estou posso encontrar outro”, afirma. “Por isso, agradeço a todos do Senac que me ajudaram e aconselho às pessoas a procurarem a instituição para se profissionalizar. Cada um pode construir sua própria história de sucesso, independente da idade e da situação financeira”, conclui.

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